A Invenção da Infância (Carmen)

É interessantíssimo observar as crianças. As meninas e os meninos são muito diferentes, mas ambos são, mesmo, puro movimento. No início, eles (os movimentos) são involuntários, mas, depois, as crianças podem coordenar-se e mover-se à vontade. O movimento é imprescindível, porque, especialmente para eles, isso é necessário, é a maneira como o cérebro pode desenvolver-se. Neste mundo, tudo é movimento… É vital para o desenvolvimento da sua inteligência, não só intelectual, mas também emocional. Para elas (as crianças), a atividade é interior, não é tão evidente, mas é.

Todas as crianças necessitam carinho, amor verdadeiro, sem manipulações. Saber que são importantes para os pais lhes dará confiança neles (mesmos) e na vida. É uma beleza ver os pais lendo uma história com os meninos (as crianças), e eles pedindo “uma e outra vez a mesma história”.

As crianças necessitam integrar os arquétipos na sua mente e aprender os perigos da vida e a verdadeira natureza do amor. Além disso, integrar as qualidades da mãe e do pai (outras pessoas fazem esse papel se eles não estão disponíveis nesses momentos, por qualquer causa) é imprescindível no seu processo de formação da identidade. A energia da mãe (feminina) é a capacidade de cuidar de si próprio, é interior, é a relação consigo mesmo. E a energia do pai é a energia da ação, da conquista da vida, do exterior, é a relação com os outros.

As crianças precisam brincar como crianças para terem sonhos de crianças. Em seus jogos (ou suas brincadeiras), elas são muitas personagens, vivem uma realidade criada: “trabalham” como papai e mamãe.

A minha amiga Teresa tem três filhos. A Miriam tem cinco anos e fala: quando eu crescer, eu vou casar com um marido e vou trabalhar no escritório da mamãe…mas …ah!..eu sou pequena, eu ainda não sei fazer nada!

Os meninos do vídeo trabalham muito duro!

Nem todas as crianças estão protegidas dos perigos, também não na sua própria família. É terrível quando o adulto lhe “quebra o espírito” (ou as faz sofrer). A maioria delas não é criança nunca mais. Elas sofrem agressões e se tornam agressivas. Uma profunda tristeza vai crescendo no fundo dos seus olhos.

Eu adoro as crianças!